AUTOR:
Carolina Patrício
ASSUNTO:
Notícias
Ler em duas línguas desde cedo transforma o jeito como a criança observa o mundo. A leitura bilíngue infantil vai além do aprendizado de idiomas: estimula o cérebro, expande o vocabulário e fortalece a relação com os livros.
Quando histórias em português e inglês fazem parte da rotina, o pequeno aprendiz desenvolve não só a linguagem, mas também a habilidade de perceber conexões, estruturar ideias e navegar por diferentes formas de expressão.
Neste texto, você descobre como essa prática evolui ao longo da infância, e por que ela faz tanta diferença no desenvolvimento acadêmico e pessoal. Boa leitura!
No início da vida escolar, o cérebro infantil está especialmente sensível à linguagem. Nesse período, a criança absorve sons, estruturas e significados com naturalidade.
Ao ter contato frequente com livros em português e inglês, o aluno constrói uma base rica de vocabulário e passa a identificar correspondências entre as línguas, seja em expressões do cotidiano, seja em construções narrativas.
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Outro aspecto valioso é o vínculo afetivo com a literatura: momentos compartilhados entre pais e filhos em voz alta, com entonações diferentes nos dois idiomas, tornam-se marcantes.
E com livros bilíngues, que apresentam o mesmo texto lado a lado em português e inglês, o leitor começa a perceber o ritmo e as nuances de cada língua, motivo pelo qual sua leitura fica mais segura.
Os livros ilustrados têm papel central no desenvolvimento infantil: imagens claras, frases curtas e repetições ajudam a criança a prever o que será dito, mesmo antes de saber ler.
Depois, surgem os livros com histórias mais longas, com vocabulário simples e familiar. Aos poucos, o estudante reconhece com criatividade palavras isoladas, frases completas e estruturas recorrentes em ambos os idiomas.
À medida que ganha autonomia leitora, ele passa a fazer conexões mais sofisticadas entre os textos. Por exemplo, percebe que o “once upon a time” corresponde ao “era uma vez” e compreende que a ordem das palavras pode mudar sem alterar o sentido.
A partir da comparação entre as duas línguas, o cérebro dá um salto cognitivo que depois se manifesta na escrita em português e em inglês.
Ler em português ajuda a conquistar níveis de fluência em uma língua que já faz parte do cotidiano. Em inglês, isso estimula a curiosidade e o raciocínio para lidar com construções menos familiares.
Um idioma alimenta o outro: a compreensão do enredo em língua portuguesa facilita o entendimento do texto em língua estrangeira, enquanto a leitura em inglês desafia a criança a buscar estratégias de inferência, dedução e memorização.
Tal equilíbrio cria leitores mais atentos, capazes de identificar temas universais, estilos diferentes e contextos culturais diversos. Por isso, é comum que uma criança que lê com frequência em duas línguas tenha mais facilidade para interpretar textos, argumentar com clareza e até criar suas próprias narrativas.
Neste artigo, você observou que a leitura bilíngue infantil não se resume ao domínio técnico de duas línguas: ela convida o leitor a transitar com leveza entre modos diferentes de pensar e se expressar. Quando estimulada desde cedo, a prática se transforma em hábito — e, com o tempo, em autonomia para enxergar o mundo com mais profundidade.
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